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Minha senhora da solidão
Minha senhora das dores
Quanto tempo falta para te ver sorrir
Quantas misérias ainda vais exibir
Quanto tempo mais vou ter de te ouvir queixar?
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Minha senhora da solidão
Vê como o sol brilha hoje
Odeio ver-te de luto
Gostava de ver o teu olhar enxuto
De descobrir alguma graça no teu andar
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O teu crucifixo não me ilumina
O teu sacrificio não me pode fazer bem
Não é bom para ninguém
Hum, não ajudas ninguém...
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Minha senhora da solidão
Minha senhora dos prantos
Tens um "ai" encravado na boca
Que dia após dia te sufoca
Precisas muito mais que uma simples oração
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Minha senhora da solidão
Minha senhora das culpas
Tenho que evitar o teu contágio
Não quero saber mais do teu naufrágio
A praia teve sempre ao alcance da tua mão
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O teu crucifixo não me ilumina
O teu sacrifício não me pode fazer bem
Não é bom para ninguém
Hum, não ajudas ninguém...
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(Jorge Palma)
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